carregando...
a
SABEDORIA e/ou LOUCURA
das
MULTIDÕES
por nicky case • traduzido por Italo Lelis e Iuri Rezende • original in English
carregando... vamos jogar!


Isaac Newton tinha certeza de que era um
sabichão. Depois de inventar o cálculo e a teoria da
gravidade, ele deveria ser inteligente o suficiente para
fazer um investimento financeiro, certo? Bem, resumindo a história,
ele perdeu $4,600,000 (na cotação atual do dólar) na bolha nacional
especulativa conhecida como a Quebra dos Mares do Sul de 1720.

Como o próprio Sir Newton disse posteriormente: “Eu consigo calcular
o movimento dos corpos celestiais, mas não a loucura das pessoas.”
é, que ruim pra ele
Claro, não foi a única vez que
mercados, instituições, ou democracias
inteiras saíram de controle — a loucura das massas.
Ainda assim, logo que se perde a esperança na humanidade,
veem-se cidadãos coordenando para se resgatar uns aos
outros em furacões, comunidades criando soluções para problemas,
pessoas lutando por um mundo melhor — a sabedoria das massas!
Mas por que algumas massas se rendem à loucura, ou à sabedoria?
Nenhuma teoria consegue explicar tudo, mas acredito que um novo
campo de estudo, ciência das redes, pode nos guiar! E sua ideia
central é esta: para entender massas, deveríamos olhar não
às pessoas individuais, mas para... ...suas conexões.
Vamos desenhar uma rede! Cada conexão representa uma amizade entre duas pessoas: desenhe para conectar risque para   desconectar quando você estiver pronto desenhando e brincando, vamos continuar
Agora, conexões sociais são mais do que apenas figuras bonitinhas. As pessoas olham para suas conexões sociais para entender o mundo. Por exemplo, as pessoas olham para seus próximos para descobrir qual % de seus amigos (não contando a si mesmos), digamos, bebem demais. Desenhe/apague conexões, e veja o que acontece!
legal, entendi Entretanto, redes podem enganar pessoas. Assim como a Terra parece plana porque estamos nela, as pessoas podem equivocar-se sobre a sociedade porque estão dentro dela.
opcional notas bônus extras! ↑
↓ links e referências

Por exemplo, um estudo de 1991 mostrou que “virtualmente todos os estudantes [universitários] reportaram que seus amigos bebiam mais que eles próprios.” Mas isso parece impossível! Como isso pode ser? Bem, você está prestes a obter a resposta desenhando uma rede. É hora de... ENGANAR TODO MUNDO
HORA DO DESAFIO!
Engane todo mundo para pensar que a maioria de seus amigos bebem demais (mesmo que quem bebe demais seja minoria de 2 para 1!)
ENGANADOS: de 9 pessoas Parabéns! Você manipulou um grupo de estudantes a acreditar na prevalência de uma norma social incrivelmente não saudável! Muito bem! ...okay. obrigado? O que você acabou de criar se chama A Ilusão da Maioria, o que também explica porque as pessoas acham que sua visão política é consenso, ou porque o extremismo parece mais comum do que é na realidade. Loucura. Mas as pessoas não apenas observam passivamente ideias e comportamentos dos outros, elas ativamente os copiam. Então agora, vamos olhar para algo que os cientistas chamam de... “Contágios!”
Vamos desconsiderar a palavra "maioria" por agora. Abaixo: temos uma pessoa com alguma informação. Uma desinformação. "Fake news", como os garotos populares dizem. Todo dia, essa pessoa espalha o rumor, como um vírus, para seus amigos. E eles, por sua vez, espalham aos amigos dos amigos. E assim vai.
Iniciar a simulação!
(p.s: não é possível desenhar durante a simulação)
Nota: apesar do nome negativo, "contágios" podem ser bons ou ruins (ou neutros ou ambíguos). Existe forte evidência estatística de que fumar, saúde, felicidade, eleições, e níveis de cooperação são todos "contagiosos" -- e até alguma evidência de que suicídios e tiroteios em massa também são. bem, isso é deprimente
É verdade. De qualquer forma, HORA DO DESAFIO!
Desenhe uma rede & simule, de modo que todo mundo se infeccione com o "contágio".
(regra nova: você não pode cortar conexões grossas)
fan-super-tástico
Essa propagação de loucura é chamada "cascata de informações". O Sr. Newton caiu nessa cascata em 1720. As instituições financeiras caíram nessa cascata em 2008.

Entretanto: esta simulação está incorreta. A maioria das ideias não propagam como vírus. Para várias crenças e comportamentos, você deve ser "exposto" ao contágio mais que apenas uma vez para ser "infectado". Então, cientistas criaram uma maneira nova e melhor de descrever como ideias/comportamentos propagam, e os chamaram de... “Contágios Complexos!”
Vamos voltar com a ideia de "maioria" e o beber demais do exemplo anterior! Quando você brincou com isso na primeira vez, as pessoas não mudavam seu comportamento.

Agora, vamos simular o que acontece se as pessoas começarem a beber demais quando 50%+ de seus amigos o fazem! Antes de simular, se pergunte o que deveria acontecer.

Agora, comece a simular, e veja o que realmente acontece!
Diferente do contágio anterior "fake news" , este contágio não propaga a todo mundo! As primeiras pessoas se "infectam", porque apesar de estarem expostos a um indivíduo que bebe demais, esse bebedor representa 50% de seus amigos. (é, eles são solitários) Em contraste, a pessoa próxima ao final da cadeia não se "infectou", porque enquanto ela foi exposta a um amigo que bebe demais, esse amigo não passou do limiar de + de 50%.
Essa % relativa de amigos "infectados" importa. Essa é a diferença entre a teoria dos contágios complexos e a inocente teoria viral dos contágios simples. (dá para dizer que "contágios simples" são contágios com limiar de infecção de "mais de 0%")
Entretanto, contágios não são necessariamente ruins — então chega de loucura das multidões, que tal... ...sabedoria das multidões?
Aqui, temos uma pessoa que faz trabalho voluntário para... não sei, resgatar pessoas em furacões, ou ensinar crianças sem privilégios na comunidade local, ou algo legal assim. O ponto é, esse é um contágio complexo "bom". Dessa vez, entretanto, digamos que o limiar é de apenas 25% — as pessoas querem fazer trabalho voluntário, mas apenas se 25% ou mais de seus amigos também fazem. Ei, boa vontade necessita de um pouco de encorajamento social.

← "Infecte" todo mundo com as boas vibrações!
NOTA: Trabalho Voluntário é apenas um dos muitos tipos de contágio complexo! Também estão incluídos: presença em votações, estilo de vida, desafiar suas crenças, dedicar um tempo para compreender um problema de forma profunda — qualquer coisa que precise de mais de uma "exposição". Contágios complexos não são necessariamente sensatos, mas ser sensato é um contágio complexo.
(Então, o que é um contágio simples na vida real? Geralmente curiosidades, como "o gambá possui 13 mamilos") Agora, para realmente mostrar o poder e a esquisitice de contágios complexos, vamos revisitar... ...um desafio anterior
Lembra disso? Desta vez, com um contágio complexo , vai ser um pouco mais difícil...
Tente "infectar" todo mundo com sabedoria complexa!
(sinta-se livre para apertar 'iniciar' e tentar quantas soluções quiser) DING DING DING
Agora, você pode achar que você só precisa adicionar conexões para propagar qualquer contágio, "complexo" ou "simples", bom ou ruim, sábio ou louco. Mas isso realmente é verdade? Bem, vamos revisitar... ...outro desafio anterior
Se você apertar "iniciar" abaixo, o contágio complexo vai se propagar para todo mundo. Nenhuma surpresa aqui. Mas agora, vamos fazer o oposto de tudo o que fizemos até agora: desenhe uma rede para evitar que o contágio se espalhe para todo mundo!
Você viu? Enquanto mais conexões irão sempre ajudar a propagar ideias simples, mais conexões podem atrapalhar o propagação de ideias complexas! (faz você pensar sobre a internet, né?) E este não é apenas um problema teórico. Isso pode ser questão de vida... ...ou morte.
As pessoas na NASA eram sabichões. Digo, eles usaram as teorias de Newton para nos levar à lua. De qualquer modo, resumindo, em 1986, apesar das advertências dos engenheiros, eles lançaram o Challenger, que explodiu e matou 7 pessoas. A causa imediata: estava muito frio naquela manhã.
A causa menos imediata: os gerentes ignoraram as advertências dos engenheiros. Por quê? Devido ao pensamento de grupo. Quando um grupo está ligado demais, (como tendem a ser no topo de instituições) ele se torna resistente a ideias complexas que desafiam suas crenças ou ego.
Então, é assim que instituições podem cair na loucura das multidões. Mas como podemos "planejar" a sabedoria das multidões? Em resumo, duas palavras: Ligações & Pontes
← Poucas conexões e uma ideia não consegue se espalhar.
Muitas conexões e você tem o pensamento de grupo.
Desenhe um grupo que está no meio termo: faça conexões suficientes para espalhar uma ideia complexa!
Muito simples! O número de conexões dentro de um grupo é chamado capital social de ligação. Mas e as conexões... ...entre grupos? Como você já deve ter imaginado, o número de conexões entre grupos é chamado capital social de ponte. Isso é importante porque ajuda os grupos a saírem de sua bolha de visão limitada!
Construa uma ponte para "infectar" todo mundo com bondade:
Assim como a ligação, existe também um meio termo ideal para as pontes. (desafio extra: tente desenhar uma ponte tão densa que o contágio complexo não consegue passar por ela!) Agora que nós sabemos como "construir" conexões dentro e entre grupos, vamos... ...fazer AMBOS! DESAFIO FINAL!
Desenhe conexões dentro dos grupos (ligações) e entre os grupos (pontes) para espalhar sabedoria por toda a multidão:
Parabéns, você acaba de desenhar um tipo muito especial de rede! Redes com a mistura exata de ligações e pontes são profundamente importantes, e são chamadas... “Redes de Pequeno Mundo”
"Unidade sem uniformidade". "Diversidade sem divisão". "E Pluribus Unum: de muitos, um".
Não importa como é dito, pessoas de diferentes épocas e culturas geralmente chegam nessa mesma sabedoria: uma sociedade saudável precisa de um ponto estável de ligações dentro dos grupos e pontes entre os grupos. Assim:
Não isto...
(porque ideias não propagam)
nem isto...
(porque você vai ter pensamento de grupo)
...mas ISTO: Cientistas de rede hoje possuem uma definição matemática para essa sabedoria antiga: a rede de pequeno mundo. Essa mistura ótima de ligações+pontes descreve como nossos neurônios estão conectados, nutre criatividade coletiva e solucionamento de problemas, e até uma vez ajudou o Presidente dos EUA John F. Kennedy a (quase) evitar uma guerra nuclear! Então, sim, mundos pequenos têm grande importância. ok, vamos resumir isto...
(oi... quer um segredo?) Contágio: simples complexo A Cor do Contágio: Selecione uma ferramenta... Desenhar rede + Pessoa + "Infectado" Arrastar Pessoa - Pessoa LIMPAR TUDO (...ou use atalhos de teclado!) [1]: + Pessoa     [2]: + "Infectado"
[Esp]: Arrastar   [Backspace]: Apagar
CONCLUINDO: tudo trata de...
Contágios & Conexões
Contágios: Assim como neurônios transmitem sinais no cérebro, pessoas transmitem crenças & comportamentos em uma sociedade. Não apenas influenciamos nossos amigos, influenciamos os amigos de nossos amigos, e até os amigos dos amigos de nossos amigos! (“seja a mudança que você quer ver no mundo” etc etc) Mas, como nos neurônios, não são apenas os sinais que importam...
Conexões: Muito poucas conexões e ideias complexas não propagam. Conexões demais e ideias complexas são exterminadas por pensamento de grupo. O truque é construir uma rede de pequeno mundo, a mistura ótima entre ligações e pontes: de muitos, um.
(quer fazer suas próprias simulações? Olhe o Modo Experimental, clicando na (★) abaixo!)
Então, e a questão do comecinho? Por que algumas multidões tendem à...
...sabedoria e/ou loucura?
De Newton à NASA à
ciência de rede, cobrimos muito aqui
hoje. Resumindo tudo, a loucura das multidões
não necessariamente se deve a pessoas individuais, mas
a como estamos enroscados em uma grudenta teia da rede.
Isso NÃO significa abandonar responsabilidade pessoal, porque
também somos os tecelões dessa teia. Então, melhore seus contágios:
seja cético de ideias que te lisonjeiem, use tempo entendendo ideias
complexas. E melhore suas conexões: ligue-se a pessoas similares,
mas também construa pontes entre divisões culturais/políticas.
Podemos tecer uma rede sábia. Claro, é mais difícil
que desenhar linhas em uma tela... ...mas ainda assim, compensa.
“Os grandes triunfos e tragédias da história são provocados não pelas pessoas serem fundamentalmente boas ou más, mas por elas serem, fundamentalmente, pessoas.”
~ Neil Gaiman & Terry Pratchett
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♫ música: "Friends 2018" and "Friends 2068" por Komiku
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ACERTOU iniciar simulação reiniciar & redesenhar Traduções de fãs: Mas o quê, ainda não existem traduções de fãs?! (adicione suas próprias!)

Uma resposta rápida à Sabedoria das Multidões de James Surowiecki

Primeiramente, eu não estou desmentindo este livro. Trata-se de um livro bom, e Surowiecki estava tentando chegar à mesma pergunta que eu: “por que algumas multidões se voltam pra loucura ou pra sabedoria?”

A resposta de Surowiecki: multidões tomam boas decisões quando cada indivíduo é tão independente quanto possível. Ele conta a história de uma feira municipal, na qual os cidadãos foram convidados a estimar o peso de um boi. Surpreendentemente, a média de todos os palpites foi melhor do que qualquer um dos palpites isoladamente. Mas este é o detalhe: as pessoas tem que dar os seus palpites de forma independente dos outros. Caso contrário, eles seriam influenciados pelos palpites anteriores incorretos, e a resposta média seria altamente enviesada.

Mas... Eu não acho que "tornar as pessoas as mais independentes possível" é a resposta completa. Até mesmo gênios, que nós caracterizamos de forma errada como os pensadores mais independentes, são altamente influenciados pelos outros. Como Sir Isaac Newton disse, “Se vi mais longe foi por estar de pé sobre ombros de gigantes.”

Pois então, qual ideia está correta? Por acaso sabedoria resulta de pensar por você mesmo ou pensar com os outros? A resposta é: "sim".

É por isso que eu vou tentar explicar de uma forma que gera mais perguntas: tentar encontrar o meio termo entre dependência e interdependência — isso é, como encontrar uma multidão sensata.

Quais são os outros tipos de conexões existentes?

Para simplificar, minha simulação finge que as pessoas só podem estar conectadas através de amizades, e todos os tipos de amizades são iguais. Mas cientistas de conexões consideram outras formas de se conectar, como por exemplo:

Conexões unidirecionais. Alice é o chefe de Bob, mas Bob não é o chefe de Alice. Carol é mãe de Dave, mas Dave não é pai de Carol. "Chefes" & "pais" são relacionamentos unidirecionais: o relacionamento é de via única. Em contrapartida, "amizade" é um relacionamento bidirecional: a relação flui em ambos os lados. (bem, pelo menos é assim que deveria ser)

Conexões de Peso. Elinor e Frankie são meros conhecidos. George e Harry são Melhores Amigos. Mesmo que exista uma relação de "amizade" em ambos os casos, a segunda é mais forte. Nós então dizemos que essas duas conexões tem "pesos" diferentes.

Lembre-se: todas estas simulações estão erradas. Da mesma forma que um mapa está "errado". Você está vendo o mapa na esquerda? Edifícios não são blocos cinza sem expressão! Palavras não voam por cima da cidade! Todavia, mapas são úteis não apesar de serem simplificados, mas porque são simplificados. O mesmo se aplica às simulações, ou qualquer teoria científica. É claro que eles estão "errados" — é isso que os torna úteis.

Quais são os outros tipos de contágios existentes?

Existem muitas, mas muitas outras formas que cientistas de conexões podem simular o "contágio"! Eu escolhi a forma mais simples por motivos educacionais. Mas existem outras formas de fazer isso:

Contágio por Aleatoriedade. Ser "exposto" por um contágio não garante que você será infectado, isso apenas torna o evento mais provável.

Pessoas tem diferentes limiares de contágio. Minha simulação finge que todo mundo tem o mesmo limiar para beber demais (50%) ou voluntariado (25%) ou desinformação (0%). Claro, isso não acontece na vida real, e você pode fazer sua simulação refletir isso.

A ecologia do contágio. E se existissem múltiplos contágios com diferentes limiares? Por exemplo, um tipo de contágio de "loucura" simples e um tipo de contágio de "sabedoria" complexo. Se alguém está infectado com loucura, ele pode ser infectado com sabedoria? ou vice-versa? Alguém consegue ser infectado com ambos?

Contágios mutantes e que evoluem. Ideias não são transmitidas perfeitamente de uma pessoa à outra como um vírus. Como um jogo de Telefone sem Fio, a mensagem vai se modificando cada vez que é contada — e, às vezes, a mensagem mutante vai ser mais infecciosa que a original! Então, com o decorrer do tempo, ideias "evoluem" para serem mais cativantes, copiáveis, contagiantes.

Quero aprender mais! O que mais eu posso ler e/ou jogar?

Essa explicação jogável foi apenas um ponto de partida para a sua curiosidade, então você pode ir mais fundo em um vasto oceano de conhecimento! Aqui estão mais coisas sobre conexões e sistemas sociais:

Livro: Conectados (Connected) por Nicholas Christakis e James Fowler (2009). Um tour acessível de como as conexões afetam nossas vidas, para o bem ou para o mal. Aqui está um fragmento: Prefácio & Capítulo 1 (em inglês)

Interativo: A Evolução da Confiança por Nicky Case (eu) (2017) (original em inglês). Um jogo acerca da teoria dos jogos sobre como a cooperação é construída... ou destruída.

Interativo: Parábola dos Polígonos por Vi Hart e Nicky Case (eu de novo) (2014) (original em inglês). Uma história de como escolhas inofensivas podem criar um mundo perigoso.

Ou se você apenas deseja ver uma galeria de projetos educacionais interativos, aqui está o Explorable Explanations (em inglês), um hub para aprender jogando!

“quase todos os estudantes [universitários] reportaram que seus amigos bebiam mais do que eles.”

“Vieses na percepção de normas de consumo de bebidas entre os estudantes universitários” (em inglês) por Baer et al (1991)

“A Ilusão da Maioria”

“A Ilusão da Maioria nas Conexões Sociais” (em inglês) por Lerman et al (2016).
Relacionado: Paradoxo das Amizades.

“forte evidência estatística de que fumar, saúde, felicidade, eleições e níveis de cooperação são todos contagiosos”

Do livro Conectados, maravilhosamente escrito — e acessível a pessoas leigas — por Nicholas Christakis e James Fowler (2009).

“algumas evidências apontam que suicídios também são [contagiosos]”

“Contágio do Suicídio e o Relatório do Suicídio: Recomendações de um Workshop Nacional” (em inglês) por O'Carroll et al (1994), endossado pelo maldito Centro de Controle & Prevenção de Doenças (CDC).

“algumas evidências apontam que tiroteios também são [contagiosos]”

“Contágio em Massacres e Tiroteios em Escolas” (em inglês) por Towers et al (2015).

Veja também: a campanha Don't Name Them, que estimula que veículos de notícias NÃO exiba nome,manifesto e feed social de assassinos que realizaram massacres. Isso espalha o contágio. No lugar, os veículos de notícias deveriam focar nas vítimas, primeiros socorros, heróis civis e a comunidade em luto e se recuperando.

“As instituições financeiras do mundo caíram em uma cascata em 2008.”

“Lemmings de Wall Street” (em inglês) por Cass Sunstein, é uma leitura rápida e não técnica. Publicado em Outubro de 2008, logo no início da crise de 2008.

“a teoria do contágio complexo.”

“Modelos de Limiares do Comportamento Coletivo” (em inglês) por Granovetter (1978) foi a primeira vez que alguém descreveu um modelo de "contágio complexo". (apesar de ele não usar esse nome em específico)

“Evidência para um modelo de contágio complexo a partir de dados observáveis” (em inglês) por Sprague & House (2017) mostra que contágios complexos, de fato, existem. (pelo menos, no meio que eles observaram)

Finalmente, “Comportamento Universal em um modelo generalizado de contágio” (em inglês) por Dodds & Watts (2004) propõe um modelo que unifica todos os tipos de contágio: simples e complexo, biológico e social!

“o gambá tem 13 mamilos

distribuídos em um anel de 12 mamilos, mais um no centro

“pensamento de grupo (groupthink)”

Essa palavra (pensamento de grupo ou groupthink) inspirada no pensamento Orwelliano foi inventado por Irving L. Janis em 1971. No seu artigo original (em inglês), Janis investiga casos de pensamento em grupo, lista suas causas e — felizmente — algumas possíveis soluções.

“capital social de ligação e de ponte”

Esses dois tipos de capital social — "ligação" e "ponte" — foram nomeados por Robert Putnam em seu perspicaz livro, Bowling Alone (disponível apenas em inglês). Sua descoberta: em quase todas as formas empíricas de conectividade social, os Norte-Americanos estão mais sozinhos que nunca. Uau!

“capital social de ponte tem um meio termo”

“A Força de Laços Frágeis” (em inglês) por Granovetter (1973) mostrou que as conexões através de grupos ajudam a espalhar contágios simples (como por exemplo, informação), mas “Contágios Complexos e a Fragilidade de Laços Longos” (em inglês) por Centola & Macy (2007) mostra que as conexões entre grupos não necessariamente ajudam contágios complexos e, na verdade, podem atrapalhar sua disseminação!

“as conexões de pequeno mundo”

A ideia de "pequeno mundo" se popularizou pelo experimento de Travers & Milgram's 1969 (em inglês), o qual mostrou que, em média, quaisquer duas pessoas aleatórias nos Estados Unidos estavam a apenas seis amizades de distância — "seis graus de separação"!

As conexões de pequeno mundo conseguiram mais carga matemática com o artigo “Dinâmicas coletivas de conexões de pequeno mundo” (em inglês) por Watts & Strogatz (1998), que propôs um algoritmo para criar conexões com ambos distância média curta (baixo nível de separação) e alto agrupamento (amigos possuem vários amigos em comum) — ou seja, uma rede que atinge o meio termo ideal!

Você também pode brincar com a adaptação visual e interativa deste artigo (em inglês) de Bret Victor (2011).

“[conexões de mundo pequeno] descrevem como nossos neurônios estão conectados”

“Conexões no cérebro de Pequeno Mundo” (em inglês) por Bassett & Bullmore (2006).

“[conexões de pequeno mundo] dão origem à criatividade coletiva”

“Colaboração e Criatividade: O Problema do Pequeno Mundo” (em inglês) por Uzzi & Spiro (2005). Esse artigo analisa as conexões sociais das peças da Broadway ao longo do tempo e descobriu que, sim, os grupos são mais criativos quando trata-se de um grupo de "pequeno mundo"!

“[conexões de pequeno mundo] dão origem à resolução de problemas de forma coletiva”

Veja “Física Social” (em inglês) pelo Professor do MIT, Alex "Sandy" Pentland (2014), para uma abordagem baseada em dados para a inteligência coletiva.

“[conexões de pequeno mundo] ajudaram John F. Kennedy (por pouco) a evitar uma guerra nuclear!”

Além da explosão do ônibus espacial Challenger da NASA, o mais notório exemplo de pensamento em grupo foi o fiasco da Baía dos Porcos. Em 1961, o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, e seu time de conselheiros pensaram que seria — por alguma razão — uma boa ideia invadir secretamente Cuba e derrubar Fidel Castro. Eles falharam. Na verdade, pior que falhar: isso levou à Crise dos Mísseis de Cuba de 1962, o mais perto que o mundo já esteve de uma guerra nuclear em grande escala.

Sim, JFK realmente pisou na bola dessa vez.

Mas, após aprender algumas duras lições do fiasco de Baía dos Porcos, JFK re-organizou seu time para evitar o pensamento de grupo. Entre várias outras coisas, ele: 1) apoiou ativamente as pessoas a apontarem críticas, assim diminuindo o "limiar de contágio" para ideias alternativas. E 2) ele dividiu seu time em subgrupos antes de se reunirem, o que deu ao grupo deles um design semelhante a uma "rede de pequeno mundo"! Juntas, essa organizações permitiram criar um ambiente saudável de diversidades de opinião, mas sem estar muito segmentado — uma sabedoria das multidões.

E então, com os mesmos indivíduos que decidiram na Baía dos Porcos, porém rearranjados de forma coletiva para decidirem na Crise Cubana de Mísseis... o time de JFK conseguiu alcançar um acordo de paz com o líder Soviético Nikita Khrushchev. Os Soviéticos removeriam seus mísseis de Cuba e, em retorno, os EUA prometeriam não invadir Cuba novamente. (e também concordaram, em segredo, em remover os mísseis Americanos da Turquia)

E essa é a história de como toda a humanidade quase morreu. Mas uma rede de pequeno mundo salvou o dia! Mais ou menos.

Você pode ler mais sobre isso no Harvard Business Review (em inglês), ou no artigo original sobre pensamento de grupo (groupthink) (em inglês).

“nós influenciamos [...] os amigos dos amigos dos nossos amigos!”

Novamente, do livro maravilhoso de Nicholas Christakis e James Fowler, Conectados (2009).

“fique cético de ideias que te deixam maravilhados”

sim, incluindo as ideias neste guia interativo.

★ Modo Experimental ★

Os atalhos do teclado (1, 2, espaço, backspace) funcionam em todos os desafios, não apenas no Modo Experimental! Sério,você pode voltar para um capítulo diferente e editar a simulação que está lá. De fato, foi assim que EU criei todos os desafios. Divirta-se!